“A dor da adversidade nunca nos deixa iguais. É o catalizador da mudança.” (John C. Maxwell, ‘Sometimes you win, sometime you learn’)
A dúvida pode ser algo adverso no nosso percurso espiritual, mas – como na frase acima de John Maxwell – se quisermos, pode tornar-se um facilitador da mudança. Maxwell dá três exemplos do quotidiano que ilustram bem o que isso quer dizer.
Imaginemos três ingredientes sujeitos à mesma adversidade, por exemplo, água a ferver. A cenoura é dura e depois de sujeita à adversidade fica mole. Um ovo é frágil e líquido no seu interior, mas sujeito à adversidade endurece. O café moído não muda sequer, mas muda antes a água quente dando-lhe o sabor característico da bebida mais consumida em todo o planeta depois da água.
A adversidade da dúvida possui este efeito em nós. Por vezes amolece um coração duro, fixo em ideias que podem estar erradas, ou consolida ideias meio vagas. Por fim, pode alterar o nosso contexto, de modo a aprofundarmos melhor a vivência da nossa fé. Ou seja, nestes casos catalisa o que podemos aprender.
A adversidade da dúvida pode ser, também, uma oportunidade de nos descobrirmos a nós próprios, sobretudo quando nos impele a confrontar com os outros as questões que suscita. Alguns fazem da adversidade da dúvida um degrau de pedra, outros, a pedra de um túmulo. Todos a experimentam, mas cabe a cada um o que fazer dessa experiência.
Há quem considere a adversidade da dúvida um problema. Mas qualquer problema dessa natureza pode ser ultrapassado se fizermos dele uma oportunidade para crescer na fé. Por vezes podemos cometer erros por não sabermos como lidar com a adversidade da dúvida, mas como diz o escritor americano Denis E. Waitley,
”Os erros doem quando acontecem, mas anos depois, uma colecção de erros é o que chamamos de experiência.” (Denis E. Waitley)
Os erros provenientes da adversidade da dúvida fazem parte do nosso crescimento na fé se nos conduzirem a aprender algo de novo sobre nós próprios e Deus. Cada experiência negativa é uma fonte de perspectiva, mas a verdade é que resistimos à mudança induzida pela adversidade da dúvida. Porquê?
Mudar é sentido por muitos como uma falha pessoal, mas já pensaram que sem mudança, ninguém cresce? Quando jovens sabemos que isso implica dores de crescimento, e a adversidade da dúvida é semelhante, isto é, são dores de crescimento na fé.
Se sentes dificuldade em lidar com a adversidade da dúvida, convido-te a rezar uma oração que encontrei e adaptei de Monges Franciscanos.
Oração dos Monges Franciscanos
Que Deus nos abençoe com o desconforto diante de respostas fáceis, dos corações duros, das meias verdades e dos relacionamentos superficiais, para que possamos viver do fundo do nosso coração, onde o Espírito de Deus habita.
Que Deus nos abençoe com lágrimas a derramar por aqueles que sofrem de dor, rejeição, fome e guerra, para que possamos estender a nossa mão para os confortar e transformar a sua dor em alegria.
Que Deus nos abençoe com suficiente insensatez para crer que podemos fazer a diferença neste mundo e à nossa volta, para que, corajosamente, tentemos fazer aquilo que pensamos não ser capazes de realizar, mas em Jesus Cristo teremos a força necessária para executar.