Surgiu uma notícia aqui sobre a forma como os Católicos lêem a Bíblia, esclarecida pelo Papa Bento XVI numa mensagem por ocasião de um encontro da Congregação para a Doutrina da Fé.
CIDADE DO VATICANO (CNS) – Enquanto os católicos acreditam que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e que é verdadeira, não se pode tomar individualmente citações bíblicas ou passagens e dizer que cada uma é literalmente verdadeira, disse Bento XVI. “É possível perceber as Sagradas Escrituras como a palavra de Deus” apenas olhando para a Bíblia como um todo, “uma totalidade em que os elementos individuais se iluminam reciprocamente e abrem o caminho para o entendimento”, assim escreveu o Papa numa mensagem à Comissão Pontifícia Bíblica. “Não é possível aplicar o critério de inspiração ou da verdade absoluta de uma maneira mecânica, extrapolando uma única frase ou expressão “, escreveu o papa na mensagem divulgada a 5 de Maio no Vaticano.
A comissão de estudiosos da Bíblia, um órgão consultivo da Congregação para a Doutrina da Fé, reuniram-se no Vaticano de 2 a 6 de Maio para continuar as discussões sobre a “Inspiração e verdade na Bíblia”. Na sua mensagem, o Papa disse que as explicações mais claras sobre a posição católica sobre a inspiração divina e da verdade da Bíblia foram importantes porque algumas pessoas parecem tratar as Escrituras simplesmente como literatura, enquanto outros acreditam que cada linha foi ditada pelo Espírito Santo e está, literalmente verdadeiro. Nenhuma posição é católica, disse o Papa: “Uma interpretação dos escritos sagrados que desconhece ou se esquece de sua inspiração não leva em conta a sua característica mais importante e precioso, que vem de Deus”.
A verdade dos livros escritos na altura de Cristo e antes é realmente um assunto difícil.
No entanto revelam factos históricos, ou tentativas de mentiras para enganar os seus compatriotas.
A selecção de livros, reunidos na bíblia, que os Romanos fizerem é incompleta e não mostra a totalidade da verdade histórica.
Concordando que é necessário ter o contexto em consideração, não se pode negar o que uma única frase afirma.
É o que se chama, “fizeram-trampa-ao-escolher-aquele-texto-e-agora-querem-virar-o-bico-ao-prego”
Daí a hermenêutica, exegese, crítica histórica, ou até mesmo a experiência da vida quando se procura pôr em prática os valores nela contidos.
O literalismo perde a totalidade (que engloba além das disciplinas acimas, também outras ciências naturais e humanas), para se concentrar no particular, desvalorizando-o.
Miguel,
Nega que a Bíblia da igreja católica apostólica romana, é apenas uma selecção de livros, esquecendo muitos outros que ridicularizam a história contada pelos romanos?
Como pode pensar numa totalidade:
«O literalismo perde a totalidade»
quando só tem para ler uma parte?
Cumprimentos,
Caro Amigo,
a Bíblia é, de facto, uma biblioteca 🙂
E não sei a que “outros” livros te referes, ou qual a fundamentação de deverem ser aceites, ou porque foram rejeitados.
O literalismo perde a “totalidade” quando toma a leitura por verdade, sem interpretação (hermenêutica e exegese, entre outras disciplinas).
Abraço
“E não sei a que “outros” livros te referes”
Por exemplo os evangélhos apócrifos:
O evangelho de Tomé,
O evangelho de Filipe,
O evangelho de Pedro,
O evangelho de Judas,
O evangelho de Maria.
Caro Amigo,
estava-se mesmo a ver. E porque razão não foram incluídos? Creio que se explorares as razões irás perceber.
A forma como apresentam Cristo não é coerente, excluindo a sua humanidade, ou a sua divindade, quando Ele é verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. Seria semelhante a alguém, centenas de anos após a tua morte, falar de ti e da tua vida de forma muito incoerente.
Daí o Estudo Bíblico, bem como traduzir em vida a Bíblia. A minha sugestão, antes de criticar é … estudar e aprofundar.
Não sou eu que digo que não tenho tempo para lêr referências importantes da história.
Se há documentos da mesma época que ridicularizam a estorinha que contam porque só quer ver os livros seleccionados pelos romanos?
Caro Amigo,
de facto, não tenho tempo para ler essas obras, mas a tua argumentação também não me entusiasmou …
Por fim, continuo curioso em saber como averiguas a veracidade desses textos …
Caro Miguel,
É realmente um pergunta interessante.
Posso tentar traduzir grego, mas sou completamente incompetente para traduzir aramaico. Também não tenho como confirmar a datação de todos os textos.
No entanto, essa é uma parte técnica e como tal científica, verificável por diferentes parceiros.
Quanto à parte política e interpretativa do que lá está, essa parte impossível de determinar com toda a certeza, é um edifício em construção e que com o uso do pricípio de “Ockham's razor” e permitindo a desconstrução de ideias preconcebidas, validando datas, olhando para os efeitos a uma escala local e global, os quadros aparecem de forma simples, com o animal Homo sapiens, a tentar dominar os seus semelhantes da melhor forma que sabe e a tentar sobreviver da melhor forma que sabe. Magias? Magia não existe, apenas ilusões.
Abraço,
Caro Amigo,
no sentido em que falas, o literalismo bíblico é tão ilusório como muito ateísmo, pois assenta mais em “crenças” que em conhecimento. Porquê? Falta a experiência, a compreensão do que se experimenta, até que se produz um juízo e se toma uma decisão. Em acordo com Bernard Lonergan, passar da experiência para o juízo (fazem-no criacionistas e muitos ateus) é arrogância humana. Sugiro que procures um caminho bem fundamentado …
Miguel,
Negas então qualquer fonte histórica que não tenhas experimentado?
Quem foi o primeiro rei de Portugal?
Como sabes?
Os meus caminhos são tão bem fundamentados como a nossa história e com a vantagem de ter o mundo de informação digital à minha disposição.
O pior cego é aquele que não quer ver.
Caro Amigo,
nego qualquer fonte histórica que seja incoerente com a própria história e com a experiência fundamental de vida que passa de geração em geração.
Os livros que te levam a questionar o Deus Bíblico são incoerentes do ponto de vista da mensagem Cristã que encerram, mas importantes para se conhecer o tipo de movimentos gnósticos da época.
O que estás a fazer é tomar à letra esses livros gnósticos porque talvez dê jeito para alimentar a necessidade de justificar a ausência ou existência de Deus, do qual não consegues sequer experimentar a inexistência.
Não creio que sejas cego, como afirmas, ou que eu seja cego – uma interpretação alternativa da tua frase (nota: não devias auto-criticar-te tanto …) – mas creio, sim, que temos visões do mundo diferentes. Parece-me que a tua é mais limitativa, mas deixo este parecer como repto …
Abraço
Miguel,
Continuas a cometer essa confusão.
«O que estás a fazer é tomar à letra esses livros»
Não, não estou a tomar à letra esses livros.
E como têm informações que tornam a bíblia incoerente… conlui-se que: A Bíblia é uma estorinha de romanos à beira do fim do seu império.
Caro Amigo,
continuas a não saber justificar porque será a Bíblia incoerente e não esses livros.
Miguel,
Continuas a cometer essa confusão.
Eu não disse que esses livros eram coerentes, também mentem, também têm de ser enquadrados no seu contexto, mas também têm informações válidas e revelam um pouco mais do contexto em que bíblia está inserida.
Como tal a bíblia não um todo é apenas uma pequena parte e com muitos erros romanos.
Caro Amigo,
se esses livros também mentem, então temos um grave problema quando a veracidade das tuas afirmações porque há pouco descredibilizavas a Bíblia com base nos Livros Apócrifos, agora afirmas que esses também não contêm a verdade, logo, deixam de descridibilizar a Bíblia.
Eu penso, sinceramente, que a confusão está do teu lado, e que misturas crenças com conhecimento. Efectivamente, tu estás a aferir a veracidade da Bíblia com base nas tuas convicções ateístas e não com base nos factos e dados conscientes disponíveis.
Miguel,
Continuas a cometer essa confusão.
Por um livro mentir numa parte do texto não quer dizer que todo o que está contido no livro é falso.
Não tem a pretensão fantasista de que é o livro de VERDADE como a Bíblia…
Lê os livros e depois diz qualquer coisa com conhecimento de causa.
Podes começar por livro de Filão de Alexandria.
Caro Amigo,
uma coisa é confundir, outra é ser vago nos argumentos. Presumindo que tu leste os livros apócrifos, e que tens conhecimento de causa que eu não tenho, gostava de saber como averiguas a verdade daquilo que esses desmentem relativamente ao que está na Bíblia.
No que diz respeito à Bíblia aplica-se hermenêutica, exegese, crítica histórica e encontram-se incongruências, procura-se compreendê-las e chegar à verdade dos facto,s mas sobretudo à verdade da mensagem que a Bíblia encerra. Isso é feito há muitos anos por pessoas especializadas e reconheceu-se que os livros apócrifos pertencem a diversas correntes gnósticas surgidas após a morte e ressurreição de Cristo. São livros interessantes para entender o pensamento da época, não a verdade do conteúdo que encerram, pois são incoerentes com a realidade vivida e experimentada nas comunidades Cristãs.
Ao centrares a tua recusa nas incongruências entre livros questionáveis no conteúdo (Apócrifos) e a Bíblia, estás a centrar-te no particular e perdes a totalidade, entrando da mentalidade literalista cujas limitações estão à vista.
«entre livros questionáveis no conteúdo (Apócrifos) e a Bíblia, estás a centrar-te no particular e perdes a totalidade»
Pelo contrário, foram considerados por alguns apócrifos, mas só com a totalidade dos dados que existem é que se pode ver a totalidade.
Como recusam algus livros, também recusam a leitura da algumas passagens da bíblia… quem escolheu os livros também não os leu na totalidade e agora tem a batata quente para encontrar desculpas…
O livro da verdade…
E ainda por cima apenas se interpretado com jeitinho e só pelo vosso ângulo… TUDO O RESTO É FALSO COM CERTEZA 😉
O pior cego é aquele que não quer ver ou que quer justificar as violências físicas ou mentais que sofre por parte de abusadores.
Caro Amigo,
lamento, mas não concordo contigo. Assim como na engenharia uma medida experimental passa por um processo de validação, também os livros apócrifos tiveram a sua oportunidade e não passaram. Se o que neles estivesse contigo possuísse um conteúdo factual ou teológico credível fariam parte da Bíblia. Muita tinta foi já derramada sobre o assunto e isso nunca aconteceu …
Por outro lado, que, estudou estas matérias, lê sempre a totalidade, procurando compreender a experiência por trás do escrito (exegeta), ou a interpretação associada ao pensamento (hermeneuta), etc … Logo, tem em conta a totalidade e não vi da tua parte qualquer justificação do contrário, apenas mera opinião.
Por fim, recorres sempre à frase “o pior cego é aquele que não quer ver…”. Chamo a atenção que ao apontares um dedo para a cegueira do outro, apontas três dedos para a tua, logo, sugiro que mudes de estratégia sob pena de padeceres, entretanto, de uma patologia psicológica solipsista ….
«Logo, tem em conta a totalidade e não vi da tua parte qualquer justificação do contrário»
O que é que considera uma justificação?
Uma vez que desculpa a ausência de evangelhos dos apóstolos de Jesus…
Se eram pouco credíveis? tanto como algumas passagens da bíblia, mas eram apóstolos de Jesus.
Porque se nega a divulgar as opiniões dos que foram os escolhidos por Jesus?
Estranha noção de Universalidade e de totalidade.
Caro Amigo,
partes do pressuposto que os evangelhos apócrifos foram escritos pela pessoa à qual são atribuídos. Qual a fonte que sustenta esse pressuposto?
Miguel,
Mas quem disse que eu tenho esse pressuposto. Tanto como os autores dos livros da bíblia. Foi João que escreveu os “seus” textos?
Seja sério.
Caro Amigo,
num comentário anterior falavas de uma exclusão de evangelhos de “apóstolos de Jesus”. O que querias dizer com isso? Não questiones a minha seriedade sabendo que perdes tempo quando o fazes …
Miguel,
Por alguma razão se chamam:
O evangelho de Tomé
ou
O evangelho de Judas…
Não foram eles apótolos de Jesus?
(para manter o nível da pergunta:
«num comentário anterior falavas de uma exclusão de evangelhos de “apóstolos de Jesus”. O que querias dizer com isso? »)
Caro Amigo,
o nível da minha pergunta advém do nível de respostas que me tens dado. Por um lado, afirmas que a Bíblia exclui evangelho de “Apóstolos de Jesus”, por outro lado reconheces que esses poderão (e muito provavelmente não foram) escritos pelos próprios Apóstolos. Assim, a dedução mais racional é que da Bíblia não estão excluídos testemunhos, mas (e efectivamente assim o é) visões gnósticas que surgiram numa época posterior e cujo conteúdo apresenta uma série de incoerências.
Por fim, ao centrarmos aqui o nosso debate estaremos, precisamente a favorecer “frases simples”, quando a “verdade” está na totalidade. Não vejo da tua parte qualquer justificação que me leve pensar o contrário, ou referências credíveis que a suportem. Mas fica o repto…
Miguel,
Continuas a comenter esta confusão:
«Por um lado, afirmas que a Bíblia exclui evangelho de “Apóstolos de Jesus”, por outro lado reconheces que esses poderão (e muito provavelmente não foram) escritos pelos próprios Apóstolos.»
São tão válidos como os textos bíblia. E cabe ao defensores da exclusão a demonstração de que não foram escritos pelos Apóstolos mas uma demonstração sem margem para dúvida!
Não vi nenhum fundamento nas suas afirmações para considerar que não são. Nessa demonstração se poder demonstrar que deus existe… e que delegou a representação em alguns que se afirmam vigários de deus, fico grato.
Quando à “totalidade” a que se restringe e como tal incompleta:
Leia um pouco de história sobre Calígula e o livro: Legato ad Gaium e como a solução para as dificuldades de Calígula é o aparecimento de “Cristo” e de Yeshua de uma forma muito humana.
A totalidade dos textos nunca será atingida porque muitos foram destruídos em Alexandria. A totalidade aparece da congruência das palavras e das frases simples. E infelizmente a bília apresenta demasiadas frases incongruentes:
(São Mateus 11,29)
«Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.»
(Gálatas 5,1)
«É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão.»
E não conta a história toda, como tal é incompleta.
Os Romanos coloram-lhe um jugo, e ainda não percebeu porque é um jugo psicológico.
Espero que um dia se aperceba das atrocidades que defende.
Caro Amigo,
se há livros que foram excluídos da Bíblia é porque apresentam razões para isso de incoerência na mensagem que encerram. Logo, além de não me parecer estar a cometer confusão nenhuma (estou a confundir o quê concretamente?), parece-me que os só revalorizas e tens razões para isso que não partilho.
Quanto às citações, permite-me completar um pouco a primeira:
“O jugo do Senhor – 28«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. 29*Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
Logo, é um jugo diferente e mais leve que o da escravidão que fala Paulo e do qual Cristo nos liberta: o jugo do amor. Podes forçar uma interpretação contraditória inexistente, mas que tenhas consciência que o fazes.
E o fardo também é de Amor?
Começa a parecer que não é cegueira mas má fé.
Bíblia:
Ezequiel 1:5-10
«Do meio da nuvem surgiu algo parecido com quetro animais, e cada um lembrava também uma forma humana. Cada um tinha quatro rostos e quatro asas. As suas pernas eram direitas e os seus cascos pareciam cascos de boi, só que eram brilhantes como bronze polido. De baixo das asas saíam mãos humanas nos quatro lados . Os seus rostos e asas também estavam voltads para as quatro direcções. A asa de cada um encostava-se à asa do outro. Ao movimentarem-se, eles não se viravam, mas cada um ia em frente. O rosto deles era parecido com o rosto de um homem. Do lado direito tinham aparências de leão, e do lado esquerdo tinham aparência de touro. Os quatro tinham também aparência de águia.»
Não há «incoerência na mensagem que encerram»?
Que totalidade é que releva a verdade desta frase?
Os muitos livros que a Bília não contém, apresentam as mesmas dúvidas do que bíblia com a certeza que os romanos não alteraram os textos a seus belo prazer. É essa a confusão que faz.
Com a última mensagem levanta a pergunta: Faz a confusão Inocentemente ou deliberadamente?
Miguel,
Um jugo no tempo dos romanos era a canga que obrigavam os inimidos vencidos a passar por baixo.
“The Helvetians force the Romans to pass under the yoke”
Pode ver uma representação em:
http://www.ask.com/wiki/Helvetians
Jugo: A canga com que se jungem os bois.
Fig. Opressão material ou moral: conservar alguém sob seu jugo.
Preito de obediência.
O Jugo faz parte da totalidade da bíblia. E falam de liberdade?
Um jugo é um jugo!
Um jugo de amor?
Caro Amigo,
nem cegueira, nem má fé. Poupa nos adjectivos e constrói diálogo.
Sobre Ezequiel, fiz uma busca rápida e encontrei aqui pp. 18-19 alguns comentários sobre o significado dessa passagem, bem como nas notas de rodapé a referência a alguns estudos.
Se o facto de haver livros que não foram incluídos na Bíblia te faz muita confusão, sugiro que estudes o fundamento dessa escolha. Quem sabe procurando um teólogo, ou contactando-o para que te possa orientar nessa pesquisa.
«Com a última mensagem levanta a pergunta: Faz a confusão Inocentemente ou deliberadamente?»
Não percebi a pergunta.
Quanto ao jugo, já ouviste falar em metáforas?
Abraço
Mais uma referência ao Livro de Ezequiel: A Critical and Exegetical Commentary on the Book of Ezekiel by G. A. Cooke
«30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
O fardo também é de amor?
Parece que Filão de Alexandria é, pesando tudo, mais coerente do que Ezequiel.
http://books.google.com/books?id=udcUAAAAIAAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false
Caro Amigo,
qual a interpretação que fazes de “fardo” de Jesus?
Em quê Filão de Alexandria é mais coerente que Ezequiel? Qual a diferença ou similitude entre os dois livros? Possuem o mesmo objetivo no conteúdo?
Abraço
Miguel,
A pergunta é para o visionário das metáforas ou que vê a necessidade da totalidade da bíblia para interpretar uma frase simples…
«30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
O fardo leve deixa de ser um fardo?
Um jugo deixa de ser um jugo?
Tenta um fardo de 1Kg nas mãos, de braços abertos… quanto tempo aguentas de braços abertos?
Caro Amigo,
acabas de demonstrar aquilo a que o literalismo pode levar, justificando, assim, como “a verdade Bíblica está na sua totalidade, e não em frases simples” …
Só veem o que querem vêr…
Nem totalidade nem verdade…
A bíblia é incompleta e intrinsecamente contraditória.
Fica a nota que não é capaz de explicar uma simples frase…
«30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
Um fardo deixa de fardo?
Caro Amigo,
se queres que te explique a frase, explica-me primeiro como a traduzirias com a tua vida. Perante a tua resposta darei uma explicação adequada.
Miguel,
É notória a incapacidade de explicar uma simples frase.
“O jugo do Senhor – 28«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. 29*Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
Não aceite nem o jugo nem o fardo.
E a luta pela liberdade vai continuar.
Caro Miguel,
Para além da incapacidade de explicar a frase:
«30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
Uma vez que um fardo leve não deixa de ser um fardo…
Aumento o desafio para explicar o seu deus de “amor”:
O que acha do Deus descrito na bíblia:
Naum, Javé é bom e vingador
Javé é um Deus ciumento e vingador!
Javé é vingador e sabe enfurecer-Se.
Javé vinga-Se dos seus adversários e é rancoroso com os seus inimigos.
Javé é lento para a ira e muito poderoso, mas não deixa ninguém sem castigo.
Borrasca e tempestade fazem o caminho dEle; as nuvens são a poeira de seus passos. Ameaça o mar, e o mar seca; ele enxuga todos os rios. O Basã e o Carmelo secam, e murcham as floradas do Líbano. As montanhas estremecem diante d'Ele e as colinas derretem-se.
Frente a Ele a terra levanta-se, o mundo e todos os seus habitantes.
Quem resistirá à sua cólera e enfrentará o furor da sua ira?
O seu furor espalha-se como fogo, diante deles rochas rebentam.
Javé é bom!
Refúgio seguro nas horas de aperto: conhece aqueles que n'Ele confiam, quando acontece uma inundação. Extremina quem se levanta contra ele, persegue os inimigos até ao escurecer.
Na 1:2-8
A verdade está na totalidade da bíblia ou a bíblia também mete a pata na poça?
Caro Amigo,
questionares da forma como fazes a minha capacidade explicativa de uma frase bíblica, sobretudo a do jugo, é como aqueles alunos que pretendem ter a papinha toda feita, ou quando não percebem, nem querem perceber, nada há como perguntar ao professor (passo a expressão) “como é que se resolve?”. Volto a perguntar. Sobre a frase do jugo: como a traduzirias com a tua vida?
Sobre Naum, pronunciar-me-ei quando for oportuno.
Caro Amigo,
sobre Naum e a sua poesia no que toca aos versículos que citas, aconselho-te um comentário exegético e hermenêutico aqui. Antes de encontrar contradições (porque sabemos que as há…), importa documentar-se, estudar, aprofundar para compreender. Caso contrário, perdemos a noção do que é literário ou literalista, factual ou metafórico, ou seja, da totalidade, para nos ficarmos pelas frases simples, que depois, até nem são asim tão simples.
Espero ainda pela tua sugestão de como traduzir a frase do jugo em vida …
Caro Amigo,
a leitura de faço de Naum na perspectiva da totalidade é que nada na Bíblia pode ser lido, ou interpretado, sem que o seja à luz de Jesus. Assim, Jesus fez sempre a diferença entre o erro e a pessoa que erra, entre o que oprime e tanto o opressor, como o oprimido. Logo, o zelo, a vingança, a ira, o adversário, o rancor, o inimigo, a ameaça, a cólera é tudo aquilo que nos leva à infelicidade, injustiça e ao mal. Repara: é tudo “aquilo”; e não todo “aquele”.
A Nínive que é destruída é toda a opção de vida que nos afasta do verdadeiro bem, tudo aquilo que nos centra em nós próprios, como o individualismo ou egoísmo. O Deus bom e paciente de que fala Naum é aquele que nos conduz à relação, sem a qual não “somos”. Prescindir da relação com Ele é prescindir de ser e é sobre o acto de negação de nós mesmos enquanto ser que Deus se vinga e enfurece, porque nos ama infinitamente e quer que “sejamos” e não que deixemos de “ser”.
Miguel,
Olhe para o que escreveu e retire Deus.
Não faz grande diferença pois não?
Pode ser social e relacional sem Deus e claro, sem vigários de Deus.
Parabéns, por ter reconhecido que na bíblia:
«Antes de encontrar contradições (porque sabemos que as há…)»
É que defender “A verdade” com contradições… é um pouco estranho.
Caro Amigo,
aquilo que Deus nos chama a viver ocorre no quotidiano de crentes e não-crentes. Os últimos chamam “Verdade”, os primeiros chamam a essa Verdade, Deus. Para mim, importa sobretudo que a procuremos juntos.
Quanto à contradição, a Verdade Bíblica não é, apesar disso, questionada. Só parece estranho se descurarmos as palavras de Semião (Lc 2, 34-35) quando se referia a Jesus como um sinal de contradição. Daí que a totalidade seja lida sempre à luz de Jesus.
Caro Miguel,
«Quanto à contradição, a Verdade Bíblica não é, apesar disso, questionada.»?
Se algo diz uma coisa e o seu contrário que credibilidade, que verdade pode passar? Apenas no que lhe der jeito focar a atenção… e a isso se chama um “salta pocinhas” e nada de verdade.
«Razão e incognoscibilidade de Deus permanecem distintas e são uma só na fé … (Giuseppe M. Zanghì)»
Como é que algo incognoscível pode apresentar razão?
Para além de não concordar com a parte incognoscível, uma vez que a natureza Homo sapiens de deus é a mais provável, atribuir razão a algo enublado é no mínimo estranho.
Caro Amigo,
a contradição está frequentemente do lado da nossa interpretação em perda da dita “totalidade”. Por outro lado, não há contradições quando nos referimos à Verdade, falta apenas achar o “terceiro incluído” (pesquisa no blog por esta expressão) para entender os contraditórios quando reduzimos a realidade, ou a compreensão da realidade a um nível, ou a uns poucos.
Quanto à razão e incognoscibilidade, refere-se ao facto de nada conhecermos de Deus que não nos tenha sido dado a conhecer por Ele. Ou seja, se pensarmos bem, de Deus sabemos muito pouco … Mas pensamos sobre isso! E reconhecer a incognoscibilidade é em si mesmo um pensamento com base no uso da razão. Logo, devias ter isso em conta quando te pronuncias sobre o assunto.
Abraço
Caro Miguel,
A ignorância não é deus.
Se há ignorância relativamente à existência da razão isso nada diz sobre deus.
«E reconhecer a incognoscibilidade é em si mesmo um pensamento com base no uso da razão. Logo, devias ter isso em conta quando te pronuncias sobre o assunto.»
Como ves tenho isso em conta. E atribuir razão a algo enublado é no mínimo estranho.
Caro Amigo,
a ignorância não é Deus, mas pode-se ser ignorant relativamente a Deus, basta fechar a nossa visão do mundo à sua existência. Por fim, confundes o que é “obscuro” (enublado) com o que podemos conhecer porque Se dá a conhecer, mas não queremos porque a prisão de uma visão do mundo que se fecha à existência de Deus não permite.
Caro Miguel,
Então explica as tuas palavras:
«porque Se dá a conhecer»
«incognoscibilidade, refere-se ao facto de nada conhecermos de Deus que não nos tenha sido dado a conhecer por Ele.»
Ou se dá a conhecer ou não se dá a conhecer em que ficamos?
Lamento que penses que fecho a porta à existência de deus. Não, não fecho. Apenas não cometo erros infantis de confundir a ignorância do conhecimento Homo sapiens com a existência de deus.
Ex: Não sei muito bem como a espécie Homo sapiens adquiriu ou tem razão… por isso é uma prova de deus.
Não, não é prova nenhuma.
Aguardo a decisão, dá-se ou não se dá a conhecer? Razão ou incognoscibilidade? Parece-me incompatível… mas estou aberto a outras soluções… quais?