Muitos ateus questionam – e bem – em que medida podem os crentes sustentar e até demonstrar a veracidade das hipóteses teológicas formuláveis. Partilho um trecho de Wolfhart Pannenberg onde me parece ser apontada uma pista.
«A análise filosófica do significado apenas pode operar se descrever sistematicamente a totalidade do significado que guia a sua reflexão, apesar de uma explicação sistemática deste tipo ser em si mesma não mais do que uma anticipação da totalidade do significado de toda a experiência implícita e apenas parcialmente definida, à qual está relacionada e na qual possui a sua verdade. Só pode demonstrar a sua verdade pela capacidade de integrar, e por isso iluminar, as efectivas experiências de significado. (…) A Teologia lida também com a totalidade do significado da experiência e deve estar ciente disso se quer saber o que está a dizer quando fala sobre Deus.» [1]
Quando se afirma que “O que podemos decidir aqui é se vamos aceitar como verdadeira uma hipótese. (…) Confrontar com os dados, ver se se adequa melhor do que as alternativas, ver quanto depende de outras hipóteses implícitas, quanto permite prever e quanto dessas previsões podemos julgar correctas.” (Ludwig Kripphal) e depois essa hipótese refere-se a Deus, sendo por isso teológica, o âmbito de análise é o da experiência de significado, não o da ciência natural. E não se averigua a verdade de uma hipótese teológica apenas com uma singular experiência de significado, mas integrando diversas experiências de significado. Resta, a partir daqui, pensar no que será uma experiência de significado …
Por outro lado, rejeita-se a possibilidade de analisar uma hipótese teológica com Teologia sob o argumento que esta tem como premissa a existência de Deus que é colocada como hipótese. Compreendo. Talvez a existência de Deus não seja uma hipótese sequer, mas uma experiência de vida e de significado que temos, ou que não temos ainda, ou que nunca iremos ter. E sobre essa experiência ou ausência dela assentamos as premissas com que partimos para um diálogo ou discussão sobre a existência de Deus. Penso que seria mais fecundo no debate cultural dialogar e discutir visões do mundo como passo preliminar para se falar da existência de Deus. Caso contrário, uma troca de comentários passa a uma amálgama de malentendidos sequenciais.
[1] Wolfhart Panennberg, “Theology and the Philosophy of Science”, Westminster Press, 1976, p. 224
«Caso contrário, uma troca de comentários passa a uma amálgama de malentendidos sequenciais.»
É assim desde o início da História… com muitas estórias…
Se deus é incognoscível, só tem uma utilidade para a comunidade. Subjugar os outros.
Se deus é incognoscível, ninguém pode falar em nome deus. Como tal os vigários de deus são apenas vigaristas.
Deus? Não muito obrigado.
Caro Amigo,
creio que não é Deus que subjuga mas outras pessoas. O facto de Deus ser incognoscível não quer dizer que não se dê a conhecer, como o fez na história do povo de Israel e, sobretudo, na pessoa de Jesus. O maior vigarista nesta história, mais vez é o ónus de sustentar a visão do mundo que temos e que nos pode limitar, fechando-nos nela.
Não deixa de ser curioso que um crente tem muitas dúvidas sobre o que sabe sobre Deus, enquanto um ateu não tem quaisquer dúvidas, mas a certeza fundamental da inexistência de Deus.
Porém, não deixa de ser curioso também que a existência de pessoas que não acreditassem em Deus é o que eu – como crente – esperaria de um Deus que nos tivesse criado livres, de tal forma que pudéssemos até rejeitá-lo. Assim, quando um ateu me pede evidências que suportem a hipótese da existência de Deus, na minha visão do mundo, acabou de ma dar. Para mim, um ateu é uma evidência da hipótese da existência do Deus de Jesus Cristo …
Miguel ainda acreditas no Pai Natal?
Quando era pequeno acreditava. Depois percebi – como todas as crianças – que eram os meus pais. Agora ensino às minhas crianças que os presentes são do menino Jesus porque sem Ele não haveria sentido, significado e providência para os pais poderem ser os mediadores que são. Ensino que o presente não é uma recompensa, ou uma atitude indiferenciada, ou um mimo, mas um dom, de modo a que se vão apercebendo que nada temos que não nos tenha sido dado, logo, se é assim com as coisas, mais deveria ser connosco. Isto é, que devemos ser dom de nós mesmos.
Se com essa questão pretendias chegar à velha e ultrapassada de comparar Deus ao Pai Natal, fadas, duendes, esparguete voadores, etc … não vale a pena ir por aí, a não ser que me consigas elucidar acerca da base racional que sustenta essa comparação. Podemos usar os nomes que quisermos dentro de um mesmo contexto, mas isso não quer dizer que tenham o mesmo significado e, por isso, que o cunjunto entre nome/significado e contexto conduza a um isomorfismo.
A Filosofia de Aristóteles foi durante muito tempo “a verdade” para a igreja católica apostólica romana. A filosofia de Copérnico veio desafiar essa visão do mundo e Galileo representa o conflito entre as visões.
Agora temos a visão de Maquiavel e a organização da sociedade em principados clericais e a república de Platão. Teremos que ter “um novo Galileo” na organização da sociedade e desafiar a visão de Platão.
Nesse contexto “deus” é uma imagem de poder ilimitado de recompensa e castigo, conforme o comportamento, usada por manipuladores e seguida por leigos (ignorantes). Assim como a imagem do “Pai Natal” é uma imagem de poder, que recompensa e castiga conforme o comportamento, para mentes ainda sem conhecimento, em formação, crianças.
É uma forma de organização social que cada vez mais, tem menos aplicabilidade, mesmo com as crianças. Aceita este isomorfismo?
Porquê?
Faltou dizer que no caso do Pai Natal os manipuladores são os pais.
Não aceito porque a filosofia de Aristóteles foi apropriada pela “verdade” que é a experiência do ser humano com Deus e não o inverso. A filosofia de Copérnico (cónego da Igreja Católica) e Galileu (Católico) não representa o conflito de visões, mas representam sim percursores de um pensamento mais moderno e que hoje está sobejamente mais aprofundado.
A visão de Maquiavel teve a sua época e o seu valor. Está ultrapassada, embora possua valor cultural (ver “A Ferida do Outro” de Luigino Bruni). Idem para a República de Platão, mas não sei o que queres dizer com um “novo Galileu” e em que aspecto essa sugestão afecta o nosso diálogo.
A única coisa que a evolução do saber teólogico, juntamente com o conhecimento científico, tem revelado, é que essa imagem de Deus nada tem a ver com o Deus de Jesus Cristo. Podemos sempre afastar-nos das nossas raízes, e a Igreja Católica fê-lo em muitas épocas da história. Só não podemos esquecer as nossas raízes, ou que durante os períodos mais sombrios, houve sempre quem tivesse sido iluminado pelo Espírito Santo, entre os quais incluo Copérnico e Galileu.
Por estas razões não aceito o isomorfismo, mas agradeço a tua reflexão. … termino esclarecendo que, hoje em dia, a tendência é inversa e sim os filhos que procuram manipular os pais, particularmente no Natal 😉
«quando Kant definì la « religione entro la pura ragione » e quando, nella fase radicale della rivoluzione francese, venne diffusa un’immagine dello Stato e dell’uomo che alla Chiesa ed alla fede praticamente non voleva più concedere alcuno spazio.»
http://search.vatican.va/archive/aas/documents/2006/gennaio%202006.pdf
«Quando Kant deniniu “religião dentro da razão pura” e quando, na fase radical da Revolução Francesa, foi lançado um retrato do estado e do homem não necessita de conceder algum espaço à Igreja e a fé.»
Pessoalmente, penso que há lugar para a fé, acreditar e pensar em imagens futuras melhores. Para a igreja, não há lugar. A sociedade não pode aceitar a intromissão tácita da igreja com nomeações de peões menores que reportam ao vaticano. A sociedade agora pode e deve evoluir melhor sem a igreja. A revolução francesa ainda não terminou…
De facto os filhos depois da maioridade não necessitam da manipulação dos pais…
E por isso, o seu Blog é uma tentativa de tacitamente considerar um diálogo sem frutos. É a lágrima dos pais quando os filhos vão para a sua própria casa…
Teologia: falar sobre deus, “conhecimento” de deus.
Como deus não existe, teologia e verdade são antónimos.
O debate deveria ser: A fantasia na teologia.
Três breves comentários. Nota-se que tiveste uma má experiência com a Igreja porque te passa ao lado a beleza que provém daquilo que constitui a Igreja. Eu tenho uma experiência radicalmente diferente e não considero a tua mais válida. Assim, seria necessário entender as raízes dessa experiência para eu poder entender-te.
Quem ama, não manipula.
Se Deus não existe, como chegaste a essa conclusão? E já agora, que Deus é esse que não existe? Ou antes, que conceito de Deus não existe?
Os frutos de um diálogo fecundo não estão à mercê do meu Blog, mas na abertura dos intervenientes. Por isso, quando nos fechamos na omnipotência da nossa suprema opinião (como, por vezes, parece ser o caso do meu caro Amigo), a fecundidade desse diálogo leva mais tempo, mas não perco a esperança.
Por fim, agradeço imenso a referência do doc em PDF. Que tesouro! Muito obrigado!
«Se Deus não existe, como chegaste a essa conclusão?»
Como sabes que não há fantasmas?
Como sabes que não há Pai Natal?
Da mesma forma sei que não há deus.
Que deus? Todos e qualquer “deus”.
Aquilo que afirmas saber é que não há deus ou deuses como não há fantasmas, Pai Natal, isto é criaturas do imaginário popular, mas isso não quer dizer que não haja Deus!
Dito de outra forma, não acreditas (porque não demostraste) que haja um Deus que seja imaginário como os fantasmas ou o Pai Natal. Muito bem. Eu também não, nem essa concepção tem alguma coisa a ver com o Deus de Jesus Cristo … assim, neste contexto sou tão ateu como tu …
Miguel Panão,
Não consegui perceber como «integrar, e por isso iluminar, as efectivas experiências de significado» nos pode dizer que uma hipótese corresponde realmente à realidade. Peço-te, por isso, que ilustres com uma questão teológica simples, visto que não exige nada acerca da natureza de Deus e assim.
Segundo a Igreja Católica, Maria “ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial” (da Wikipedia). As experiências do significado disto são relativamente limitadas. A glória celestial pode querer dizer muita coisa, mas deixemos essa de lado e foquemos apenas a implicação de que o corpo de Maria – ossos, carne, sangue, tripas, etc – e possivelmente a roupa também desapareceram milagrosamente deste universo.
Isto tem a vantagem de ser, além de uma hipótese defendida pela religião católica, algo que é concreto, que ocorreu num local e num momento, que tem implicações físicas e não apenas metafísicas.
Eis então o meu problema: parece-me perfeitamente possível que um teólogo consiga iluminar e integrar todas as experiências que os religiosos hoje tenham associadas ao significado da assunção de Maria sem que, no entanto, a hipótese seja verdadeira. Pode o teólogo e restantes religiosos ter esta experiência e significado com base no que acreditam mas estando enganados acerca dos factos.
Ou não? Podes explicar-me em detalhe a inferência que vai da experiência religiosa e significado, neste caso, para a conclusão de que o corpo de Maria foi mesmo removido milagrosamente deste universo?
Ludwig,
pronunciei-me sobre esse assunto aqui.
Caro Miguel,
Perante o comentário que se afirma tão ateu como eu, resta-me dizer que não me considero ateu, e contra algumas definições, considero-me “não agnóstico” já que dizer que sou gnóstico seria demasiado amplo.
Pessoalmente não concordo com Kant, socialmente não é possível definir com razão pura o comportamento humano, faltam as emoções. Mas também não posso concordar que alguns, poucos, fiquem representantes (vigários) de “deus cristão”, nem alimentar uma sociedade clerical que, na realidade, fica muito aquém da potencialidade de contribuição, que tem, para um mundo melhor.
Quando a religião colocar de lado “deus” enquanto inefável, incognoscível e se assumir como verdadeira conhecedora da alma humana…
Aí, com provas disso, dessa experiência relacional, poderá ser que seja o empresa de “coaching” escolhida…
Mas neste momento, não há lugar para a teologia, como estudo de “deus”…
Teologia: falar sobre deus, “conhecimento” de deus.
Como deus não existe, teologia e verdade são antónimos.
O debate deveria ser: A fantasia na teologia.
Caro Amigo,
obrigado pelo teu interessante comentário. Pelo meu relacionamento com os clérigos, desde presbíteros, a cónegos, a bispos, nenhum pensa sequer numa sociedade clerical. Porém, se isso significasse que, tal como eles, os que servem o interesse público o fizessem com o amor e zelo com que se zela por uma paróquia ou diocese, creio que viveríamos numa sociedade melhor.
Existem muitas pessoas que na sua religiosidade sabem muito sobre o que Deus é, pensa e como age. Mas com a maturidade espiritual vem também a experiência e realidade inefável que é Deus. Experiência essa para a qual os não-crentes dão um contributo importante nessa parte do aprofundamento da Fé.
A minha questão, porém, mantém-se: afirmar “como deus não existe” é afirmar uma certeza que carece de justificação.
Abraço
«A minha questão, porém, mantém-se: afirmar “como deus não existe” é afirmar uma certeza que carece de justificação.»
Tal como diqer que:«Existem muitas pessoas que na sua religiosidade sabem muito sobre o que Deus é, pensa e como age.» é afirmar uma certeza que carece de prova.
E, mais grave, dá lugar a pensamentos e acções do tipo Anders Behring Breivik.
Falar em nome de deus, é grave. Fazer algo em nome de deus, é grave. Olhe que quando morrer e se encontrar com deus vai ter de justificar porque falou em nome dele e fez coisas em nome dele…
Se o Miguel não se manifestar e o Mats passar a falar e agir em nome do Miguel… Na altura que o Miguel quiser, o que fará a essas palavras/acções em seu nome?
Cuidado…
Cristo expulsou os vendedores do templo e o Miguel pode apanhar uma tempestade quando deus se manifestar…
Quem o avisa, seu amigo é…
Deve haver mais papas no inferno do que se imagina…
Caro Amigo,
aparentemente, o que afirmei está provado, infelizmente, com exemplos tipo Anders. Se eu amar um doente no IPO e o fizer em nome de Deus, é grave? Se eu construir uma escola numa missão em África em nome de Deus, é grave? Quando morrer, a única coisa que certamente Deus me perguntará será: amaste? Como sei isso? Jesus e por isso sou Cristão.
Como pode o Mats falar e agir em meu nome? Que interesse teria ele? Não percebo …
Sabes porque Jesus expulsou os vendedores do tempo?
Haverá alguém no Inferno?
Meu Caro, obrigado pelos avisos, mas sobretudo, pela amizade.
Caro Miguel,
«Pelo meu relacionamento com os clérigos, desde presbíteros, a cónegos, a bispos, nenhum pensa sequer numa sociedade clerical.»
Os clérigos, desde presbíteros, a cónegos, a bispos, que conhece aceitam ser julgados em tribunais civis ou apenas em tribunais de direito canónico?
Podem não pensar… (também não debato essa faculdade).
mas que fazem parte de uma sociedade clerical… lá isso fazem…
«Se eu construir uma escola numa missão em África em nome de Deus, é grave? »
Pode ser muito grave.
Se a escola, ensinar apenas a criar dependência e estimular a contribuição para o vaticano…
Se a escola ensinar uma cultura não compatível com o clima e características locais e destruir a cultura que aprendeu ao longo de milhares de anos a usar a natureza…
O que vai ensinar na escola? Que deus existe sem provas? que devem falar a outros sobre deus, sem saber o que é deus e o que pensa, o que faz?
Ensinar é uma tarefa gigante e pode ensinar a criar cruzadas, inquisições…
«Se eu construir uma escola numa missão em África em nome de Deus, é grave? »
Pode ser muito grave.
«Como pode o Mats falar e agir em meu nome? Que interesse teria ele? Não percebo …»
Como pode o Miguel falar e agir em nome de deus? Que interesse tem? Não percebo…
Caro Amigo,
não sou especialista em direito canónico, embora conheço quem o seja, posso perguntar se tiveres muito interesse em saber.
Quanto à faculdade de pessoas com a vocação sacerdotal de pensar, acho ofensivo e demagógico da tua parte enveredares por uma mentira consciente que só é verdade num mundo solipsista. Por isso, agradecia-te um maior respeito pelos outros nos comentários que deixas no meu blog.
Não me revejo na tua leitura de uma sociedade clerical sob um ponto de vista negativo, mas positivo.
Claramente estás a leste do bem que uma missão pode fazer às pessoas mais necessitadas. A tua leitura é francamente ilusória e alheada da realidade e, nesse sentido, a tua desilusão provém da ilusão que vives.
Eu só posso inferir que talvez a experiência negativa que tiveste da Igreja Católica terá sido também ilusória. Assim, transmites nos teus comentários a emotividade de uma pessoa zangada. Respeito, embora perceba agora que não tens qualquer justificação ou razão para muito do conteúdo que me partilhaste, vivendo mais de crenças e certezas do que muitos crentes …
Caro Miguel,
«Quanto à faculdade de pessoas com a vocação sacerdotal de pensar,»
Eu não debati nada sobre isso…
Foi o Miguel que escreveu…
«Pelo meu relacionamento com os clérigos, desde presbíteros, a cónegos, a bispos, nenhum pensa sequer numa sociedade clerical.»
Não pensar sobre o assunto, não implica a não existência…
«Claramente estás a leste do bem que uma missão pode fazer às pessoas mais necessitadas.»
Não Miguel, só não dou por garantido que uma missão é algo de bom para as pessoas mais necessitadas.
Muitas das missões só criam necessidades que até então não existiam e criam dependências contrárias à natureza e a uma sociedade humana saudável.
Caro Amigo,
distorceste as minhas palavras ou mal interpretaste o seu sentido.
«Muitas das missões só criam necessidades que até então não existiam e criam dependências contrárias à natureza e a uma sociedade humana saudável.»
Factos, não palavras
Quer um exemplo?
Os Ingleses na Índia… o sistema de canalização da água, gigante, que os Ingleses deram aos “necessitados” não é adequado às Monções.
África… os campos de refugiados não são sustentáveis e alguns quantos anos têm? Isso é criar dependência e não é criar uma sociedade melhor com o objectivo último do bem comum.
Uma escola qual a percentagem para o padre, ou leigo, que está a dar as aulas e qual a percentagem para a sociedade local?
O que ficam a pensar? Que a Europa é melhor do que o local onde vivem, inventaram tantas coisas… sabem tanto…até deus falou com eles…
Não sabem ensinar que não é o local mas as pessoas que fazem a sociedade e eles podem construir uma sociedade de sonho, ali mesmo?
Respeitanto o seu próprio passado, mas sabendo criticar os erros passados para melhorar o futuro… e saber viver o presente.
Caro Amigo,
falas de colónias ou missões? São distintas.
Já ouviste falar em voluntariado?
Quem te disse que aquilo que é ensinado não os ajuda a construir a “sua” sociedade, aquela onde vivem?
O que te assegura que o missionários não respeitam o próprio passado? Sabes o que constitui uma missão? Vives na ilusão de que lhes é imposta uma religião?
Longe, longe, longe da verdade … desafio-te a conheceres as missões e confrontares as tuas ideias bizarras com os factos …
Viu o programa com a Sr.ª D.ª Catarina Furtado que visitou uma escola financiada pelo estado Português em que o professor era um padre.
A primeira queixa, por parte das crianças foi de agressões físicas e ainda estavam lá os restos de arames farpados que cercavam a escola antes da entrevista… parece que há muitas realidades…
O Miguel conhece as missões?
Eu apenas disse que:
«Se eu construir uma escola numa missão em África em nome de Deus, é grave? »
Pode ser muito grave.
«falas de colónias ou missões? São distintas.»
Serão mesmo distintas? Porquê?
Conheço as missões e não sei a que programa, embora não tenha muita confiança no jornalismo da Catarina Furtado. Os poucos que vi estavam impregnados de idealogia e não imparcialidade. De qualquer forma agradecia mais detalhe: que programa, em que canal, está disponível on-line para averiguar a veracidade do que afirmas?
Construir uma escola em África não é grave e desafio-te a dizeres isso a pessoas que dessas tenham beneficiado. Convém aproximares-te um pouco mais da realidade 🙂
Sim. Colónias possuem um objectivo político. Missões possuem um objectivo humanitário e evangelizador. Evangelizar não é impôr uma experiência religiosa, mas viver relacionalmente uma experiência.
Sugiro que te informes um pouco mais porque as tuas ideias demonstram falta de experiência no campo e têm muito pouco sentido.
Curiosamente, não encontro o episódio dos Príncipes do Nada, e parece que no meio de uma edição especial a escola passou a fazer quase milagres… bem… quem viu o anuncio do episódio e o episódio viu a vergonha da Sr.ª D.ª Catarina e a sua vontade para que o futuro fosse melhor…mostrar vergonhas tem um aspecto positivo… se encontrar indico a referência.
De quem é a responsabilidade do estado em que África está?
500 anos de escravatura, e a igreja o que fez em 500 anos?
Como deves imaginar, falar em nome de deus não tem sentido. Não tem pouco, nem muito, não faz sentido… é uma contradição.
Mas com tempo o Miguel vai olhar as coisas com outros olhos… 🙂
Parece que a escola já não existe…
Alguém diz que tentou entrar em contacto e nada, e a cunhada passou por lá e nada…
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Parece que a vergonha foi tanta que fecharam, mas a opinião pública em Portugal recebeu um programa de TV especial para ficar com uma imagem diferente…
Onde fica a verdade?
Caro Anónimo,
percebo a preferência pela arrogância intelectual, mas esse é um caminho perigoso. Falar do que não sabemos é sempre um risco. Eu pergunto-me: onde estaria África sem a presença da Igreja? Se achas que está, podes imaginar como estaria muito pior. Lidei de perto com os missionário e tenho um colega que depois de uma missão de 1 ano em Angola descobriu a sua vocação sacerdotal. Ouvi as suas histórias. Conheço de perto quem deu a vida pelos Africanos com dom total de si mesmo. A verdade da hipótese teológica foi e é encarnada nas missões. A base da omnipotência da tua opinião que não dá espaço à dúvida é … um programa da Catarina Furtado!?
Desafio-te: visita missionários, escutas suas experiências, sai da ilusão…
A verdade fica diante daquele que se abre à verdade. Quem “acha” que sabe, volta as costas à verdade.
Caro Miguel,
As perguntas fazem parte da arrogância intelectual?
Olhando para culturas que sobreviveram às “missões”, por exemplo, Arhuacos, na Colombia, e olhando para os “necessitados” Africanos, a hipótese de benefício das missões pode e deve ser colocada. Não admitir essa hopótese é que me parece arrogância intelectual… mas é apenas uma opinião…
«A verdade fica diante daquele que se abre à verdade. Quem “acha” que sabe, volta as costas à verdade. »
Por isso li a tua opinião.
Infelizmente, (eu bem gostava) nada provas sobre a existência de deus, a teologia fica equiparada a astrologia. E só se pode falar de fantasia em teologia, já que não provam nada.
Cumprimentos,
A prova que o Miguel não acredita realmente em Jesus:
«Talvez a existência de Deus não seja uma hipótese sequer, mas uma experiência de vida e de significado que temos, ou que não temos ainda, ou que nunca iremos ter.»
Esse “Deus” não tem vontade, já que admite a possibilidade de nunca ter a experiência.
Mt 6,9:15.
Miguel, que vontade que essa experiência, esse significado de vida?
E quando olha para o Vaticano… já o visitou?
Mt 6,24
«[…] Não podeis servir a Deus e às riquezas».
Caro Amigo,
Questionar não é arrogância intelectual, mas sim passar da experiência para o juízo, sem passar pelo passo de compreender aquilo que se experimenta. A tua fonte sobre missões (gostava de saber a que congregação pertence a escola que foi alvo de crítica da Catarina Furtado …) não é quem está no terreno, mas de quem está fora a transmitir ideologia em vez de jornalismo.
Gostava também de saber onde encontras provas da inexistência de Deus, que metodologia usas e como justificas a comparação entre teologia e astrologia.
O teu comentário sobre a prova de que eu não acredito realmente em Jesus é um pouco confuso. Não se percebe de onde vem que Deus não tem vontade, porque haveria de negar-te a liberdade de O negar se existisse (colocando-me no teu ligar, claro) e qual o significado. Queres esclarecer-me?
Gostava também de saber onde encontras provas da inexistência de Deus, que metodologia usas e como justificas a comparação entre teologia e astrologia.
Nunca disse que há provas da inexistência de deus. Apenas disse que não há ninguém que prove a inexistência de deus. Tal como não digo que Plutão não tem influência na nossa vida. Mas não encontro ninguém que prove que Plutão tem influência na nossa vida. Assim teologia e astrologia são disciplinas que não podem falar de verdade, apenas de fantasia… até prova em contrário.
«Gostava também de saber onde encontras provas da inexistência de Deus, que metodologia usas e como justificas a comparação entre teologia e astrologia.»
Nunca disse que há provas da inexistência de deus. Apenas disse que não há ninguém que prove a existência de deus. Tal como não digo que Plutão não tem influência na nossa vida. Mas não encontro ninguém que prove que Plutão tem influência na nossa vida. Assim teologia e astrologia são disciplinas que não podem falar de verdade, apenas de fantasia… até prova em contrário.