Um excerto de um livro que li recentemente faz uma analogia entre a formação da água e com que base se pode chamar a esse processo de “amor”.

«A ciência vê um processo o qual, como nos elementos químicos básicos, elementos singulares unem-se entre si para formar algo de novo, tal como o hidrogénio e o oxigénio se unem para formar água. Qualquer um hesitaria em chamar a isso amor, mas é possível ver uma certa analogia distante com a experiência do amor humano. Isolada, a existência independente deve ser abandonada para entrar em maiores e potencialmente mais profundos níveis de existência.
É quando a humanidade entra em cena que este princípio de unificação toma dimensões verdadeiramente pessoais para o bem de uma total existência e é visto como amor no sentido próprio da palavra.»
Z. Hayes OFM, “a window to the divine” Anselm Academic, 2009, p.73

Tal como diz D. Edwards em “How God Acts”, «a ciência está correctamente comprometida com o naturalismo metodológico, procurando explicações naturais para a realidade empírica», mas todas as questões da existência humana são antes filosóficas e teológicas, em vez de científicas. Logo, fenómenos naturais (como a formação de água) que manifestam um princípio cibernético onde o todo não é igual à soma das partes, mas sim algo novo, terão sempre explicações naturais e o amor não seria nunca uma dessas explicações. Mas na “contemplação” desses fenómenos, o ser humano pode ser levado a pensar na existência e no facto de o amor entre duas pessoas exprimir o mesmo princípio de unificação, onde o todo não é igual à soma do amor expresso por ambas as partes isoladamente, e nesse sentido existencial, por analogia, qualquer processo físico de unificação pode levar aos lábios de cada um de nós a palavra … “amor”.