A compreensão que fazemos do mundo à nossa volta depende muito da experiência de vida que fazemos. Tem muito valor todos os estudos filosóficos que são feitos em torno de argumentos válidos para crermos em Quem cremos, ou naquilo que cremos, mas será isso que informa uma experiência de vida?
Talvez algo aconteça ao nível intelectual, mas se um pensamento não produz uma experiência concreta transformativa, dificilmente se torna num testemunho que, partilhado, marca e inspira a vida dos que nos escutam, ou lêem.
Fazer do diálogo entre ciência e fé uma fonte de experiências transformativas é viver, em cada dia, um ciclo de aprendizagem permanente. Ou seja,
- estar atento às experiências que fazemos;
- ser inteligente na reflexão que procura compreender essas experiências;
- ser crítico quando pensamos sobre o que compreendemos;
- e agir realizando novas experiências partilhando com os outros a compreensão que agora dispomos.
Deste ciclo de atenção-experiência/inteligência-reflexiva/pensar-crítico/agir-decisivo provêm os argumentos vividos que podes partilhar num diálogo entre ciência e fé e que ajudam a compreender melhor, também, as experiências que os outros têm, ou não.
Eu posso dar o que considero serem argumentos válidos que justificam a existência de Deus. Mas, quando percebi que ao amar o outro, partilhando reciprocamente as dificuldades, experimento uma paz quando não teria razões para isso, o argumento para a existência de Deus é vivido.
É por este motivo que são muito interessantes as palestras, livros, artigos que se dedicam a argumentos válidos para as questões de Deus. Mas não há nada como fazer de cada momento da nossa vida, de cada experiência transformativa – e fazemos muitas todos os dias – argumentos vividos.
É este o desafio que me parece mais promissor para um diálogo entre ciência e fé cada vez mais profundo. Um diálogo que se baseia em argumentos vividos.
Questão: que argumentos vividos tens para contribuir num diálogo entre ciência e fé?