Por vezes oiço falar de Deus como o Infinito, para além de tudo, Grande, Perfeito, e depois penso como sou limitado, confinado, pequeno e imperfeito. Esta diferença entre o modo como percepcionamos Deus e confrontamos com a nossa experiência pessoal pode levar as pessoas a afastar-se de Deus.
Ser finito não é mau, porque é através das nossas incapacidades que se sobressai o fruto criativo da nossa finitude.
Ser confinado não é mau, porque através dos nossos limites conseguimos fazer coisas extraordinárias.
Ser pequeno não é mau, porque segundo a teoria do Caos é quanto basta para que os gestos pequenos tracem o caminho até coisas grandes e inesperadas.
Ser imperfeito não é mau, porque isso leva-nos a perceber o sabor que tem a experiência de melhorar sempre.
Depois penso em Jesus que, sendo verdadeiramente homem, também experimentou o finito, os limites, a pequenez e a imperfeição ao sentir-se abandonado pelo Pai.
Há algo de diferente nesse Homem que me aproxima de Deus.
É que Ele viveu a sua finitude, limitações, pequenez e imperfeições por amor. E assim mostrou como, por amor, podemos experimentar o infinito, ir para além de nós próprios, fazermos coisas grandes e caminhar para a perfeição.
Talvez seja esse o segredo.
Fazer tudo por amor.
Pode ser ao dirigir uma palavra, ao lavar a loiça, ao conduzir, ao reagir diante do stress de alguém, ao que me atende com cada triste ou zangado, ao preparar uma refeição… quantas coisas.
O quotidiano é um manancial de oportunidades sem limites de podermos experimentar como fazer tudo por amor pode-nos levar a ter um olhar diferente sobre tudo o que nos rodeia.
O amor é infinitamente simples e infinitamente complexo.
O amor é o ponto onde o finito e o Infinito se tocam e ligam o que dá sentido e significa à nossa vida.
Questão: o que vais fazer hoje por amor? Pensa numa coisa (basta uma), vive-a, e partilha a tua experiência.