Acabei de ler a biografia de Steve Jobs. No final houve uma frase que me ficou.
“Edwin Land da Polaroide falava sobre a intersecção entre as humanidades e a ciência. Eu gosto dessa intersecção. Existe algo de mágico nesse lugar”
O diálogo entre ciência e religião é um exemplo dessa intersecção. E o que tem de mágico não é o que não existe ou se revela irreal, mas precisamente aquela realidade escondida que está na origem da própria existência. Uns chamam-lhe Verdade. Outros como eu chamam-lhe Deus.
Como pode haver um diálogo entre Ciência e Religião se a primeira se baseia na pesquisa da certeza e a segunda se baseia em “certezas” feitas? Se a primeira é humilde e utiliza o método experimental para chegar a conclusões – verdades que o serão enquanto não se provar o contrário – e a segunda utiliza a “veracidade” dos livros sagrados como suposta “palavra de Deus”, revelando-se aos Homens? E não me alongo mais. Convido o Miguel para uma visita ao meu blog “Em nome da Ciência”, onde um dia pousou os olhos…, e que deixe um comentário, comentário que terá uma simpática resposta. Mas, se o que importa é ser feliz, Felizes Festas e Feliz 2013!
Abr.
Francisco
@Francisco Domingues
Caro Francisco,
à primeira questão poderia responder com outra: tem a certeza dos pressupostos subjacentes? A minha experiência na religião Cristã (e a de muitos milhões) assenta tanto na pesquisa da certeza, como nas “certezas” feitas. E como investigador universitário diria o mesmo, que a ciência assenta na pesquisa da certeza, com de “certezas” feitas (state-of-art). Uma fé esclarecida vive a religião com humildade e utiliza o método experiencial para chegar a conclusões. Logo, há muitos pontos de encontro entre ciência e religião, começando pela dúvida.
Não vale a pena traçar uma linha sem lápis. Forçar o conflito mítico entre ciência e religião é um erro crasso dos tempos modernos. É insustentável. E quem se coloca desse lado, perde muito tempo com coisa nenhuma. A escolha de como perde o tempo é pessoal 🙂