Eu não. Na segunda-feira (dia 8 de Outubro) estará para leilão uma carta manuscrita por Einstein ao filósofo Judeu Eric Gutkind onde expressa a sua opinião sobre os Judeus como povo especial e Deus. Se para Einstein, a ideia de Deus é infantil (pretty childish), a sua ideia de Deus que rejeita não é menos infantil.

  Em relação a Deus, Einstein afirma que essa palavra “não é mais do que uma expressão e produto da fraqueza humana”. A visão religiosa de Einstein, segundo as suas palavras, afirmam: “eu não acredito num Deus pessoal e nunca o neguei, mas expressei-o claramente. Se existe algo em mim que se possa chamar de religioso, então, será a admiração sem limites pela estrutura do mundo, tanto quanto a nossa ciência o possa revelar”.
Por outras palavras, dizer algo como “Deus é uma ideia que os homens inventaram para explicar…” o que quer que seja: é infantil. Qualquer Cristão com algum conhecimento teológico não compactua com esse tipo de infantilidades de um Deus-das-Lacunas (God-of-the-gaps). Tudo indica que a visão de Einstein se dirigia nesse sentido e, por isso, a sua visão teológica seria próxima de uma infantilidade. Porém, a segunda frase justifica o que escrevi num post anterior sobre como a religião (autêntica procura pela Verdade, qual tentativa de reafirmação existencial perante a nossa insignificância) é boa.
A ciência, como a teologia (quando lhe damos o devido valor), dão-nos elementos que despertam em nós admiração pelo mundo em que vivemos. Mais ainda do que admiração, ciência e teologia podem levar-nos a uma contemplação do mundo em que vivemos, qual clima espiritual que essa suscite. O problema de Einstein não está na falta de conhecimento científico, mas na falta de conhecimento teológico. Porém, esse problema ainda persiste – creio – e não só atinge os não-crentes, como também os crentes. Problema mais difícil de resolver do arranjar $3 milhões para entrar neste leilão … não achas?