Futilidade virtual

Já alguma vez repararam como se multiplicam as trocas de mensagens profundamente irrelevantes entre as pessoas através de Chats, WhatsApp, e redes sociais? Também já reparaste na oportunidade de chegar a muitos com mensagens relevantes através dos mesmos meios? Como em tudo, as novidades culturais em cada geração e época têm aspectos bons e outros a melhorar, e dentro destes últimos, a futilidade é um dos que mais precisamos de ser salvos.

Jovens distraídos com mensagens

As trocas de mensagens entre os mais jovens é cada vez mais frequente e o conteúdo cada vez mais pobre. De acordo com o estudo de Mark Rosenbaum da Universidade de Northen Illinois e IpKim Wong do Instituto para Estudos em Turismo na China, o uso intensivo de mensagens instantâneas entre os mais jovens leva ao vício da internet e ao desenvolvimento de patologias graves de défice de atenção. Não admira que os alunos tenham dificuldade em está atentos nas aulas, ou em momentos de oração e maior profundidade espiritual.

O surto de dopamina (neutransmissor cerebral associado à sensação de prazer e sentido de realização) despontado pela recepção de uma mensagem, por mais irrelevante que seja, não se compara a um momento de escuta interior ou contemplação. Um dura um instante. O outro dura uma vida.

Mas, será que estes desafios são vividos apenas pelos mais novos? Não creio. Também começamos a vê-los nos adultos e isso preocupa-me porque os mais novos deixam de ter exemplos de algo diferente que os inspire.

Se estivermos atentos aos murais das redes sociais vemos como coisas tão irrelevantes partilhadas num tweet podem ter tantos corações, ou Likes no caso do Facebook, ao contrário de algumas mais profundas.

Contudo, a minha última experiência no Facebook, antes de entrar neste período propositado de “Quit Social Media”, foi a de partilhar pequenos pensamentos que me ocorriam ao logo do dia e verificar que esses encontravam bem mais eco nas pessoas, do que partilhas de artigos que escrevia. Ou seja, é possível usar as mensagens instantâneas para partilhar a profundidade e – quem sabe – inspirar outros a vivê-la também.

Convém dar o espaço devido a cada coisa, e reconhecer que um dos desafios que precisamos de ser salvos é o da futilidade que os novos meios de comunicação podem trazem para o nosso quotidiano.

Sugestões:

  1. Desliga todos os alertas das notificações de redes sociais
  2. Marca um momento, ou dois no máximo, no dia para aceder às redes sociais por não mais do que 15 a 20 minutos
  3. Desliga o toque do smartphone e mantém-no em modo de vibração durante uma semana (para dizer a verdade, no meu caso já lá vão os anos em que isto acontece)
  4. Responde à futilidade com profundidade. Exemplo: se alguém escreve “Ahhhhhhh” não respondas – “…mas são verdes.” Procura iniciar algo mais profundo como “quando nos encontramos?” Não há nada melhor do que estimular um Face2Face…

Face2Face