Li recentemente que ainda há quem argumente que a religião é má. Creio que este é um argumento ultrapassado e antiquado. A religião não é má, mas as pessoas podem ser. A religião vivida de forma autêntica leva o ser humano e ser mais humano. Caso contrário, o que se vive não é religião, mas ambições pessoais disfarçadas de religião.

De acordo com John Haught, por “religião” pode-se entender como a tentativa de reafirmação perante a insignificância da nossa existência, e tal reafirmação encontra-se na experiência de ser agarrado, ou levado por uma outra dimensão da realidade, que está para além da materialidade do ambiente que nos rodeia, e mais relacionada com a ambiente último que é infinito no seu desígnio e inesgotável no seu mistério. Quando um ateu procura a Verdade, não se encontra nestas condições? Sim. Ponto. A procura da Verdade é um ato profundamente religioso.
Um ateu não crê em Deus, mas em rigor é uma pessoa religiosa, como é aquele que acredita em Deus. No caso Cristão, por exemplo, a diferença reside no facto de este dar um nome e rosto a essa Verdade. Por isso, não vale a pena insistir que a religião é má porque procurar a verdade, tal ato experimentado de ser agarrado, ou levado por uma outra dimensão da realidade, que está para além da materialidade, é bom!