Neste excelente video (em inglês, sem legendas), fé e ciência são perfeitamente compatíveis, sobretudo no que diz respeito à teoria da evolução. Quanto ao design inteligente não acontece o mesmo, sobretudo, uma das razões pelas quais não é ciência consiste em não poder ser testado. Por outro lado, representa um retrocesso ao deus-das-lacunas, ou seja, quando não há outra explicação, então foi Deus. Além de ser um ponto de vista redutor da acção de Deus, coloca mais problemas teológicos que científicos. Por exemplo, cerca de 20% de bebés concebidos resultam em abortos expontâneos. Quer isso dizer que Deus é o maior abortista de todos? Onde está o design inteligente nesses casos? Design inteligente ou design incompetente?
Deus é Criador e se o mundo se transforma evoluindo é porque isso faz parte da Criação de Deus. Tal como afirma Francis Collins no final, vale a pena pôr as batalhas inúteis entre fé e ciência de lado. Apenas juntas, em diálogo, comungando do encontro de conhecimento e saberes, poderemos aprofundar o Mistério de Deus que este universo tão inesperado como maravilhoso nos revela.
Miguel,
Tu concordas com o Apóstolo Paulo quando ele afirma em Romanos 1 que a evidência de que Deus existe é a própria criação?
Ou, por outro lado, subescreves a posição evolutiva que afirma que não há evidências nenhumas em lado nenhum de que algo tenha sido criado?
Caro Mats,
eu penso que a ciência responde a questões diferentes daquelas que responde a teologia, mas não quer dizer que sejam incompatíveis porque existem diversos < HREF="http://cienciareligiao.blogspot.com/2009/01/nveis-de-explicao-do-real.html" REL="nofollow"> níveis de explicação do real<>.
A forma como entendo a evolução no quadro da acção de Deus relativamente ao mundo é como aquela resposta ao amor de Deus. Se Deus amou e, por isso, criou. O mundo quis responder a esse amor e, por isso, evoluiu. Ou seja, neste sentido, a evolução é o resultado do relacionamento do criado com o Criador, e desse relacionamento no “amor que vem e que vai” (amor recíproco), abre-se o espaço à novidade e, por isso, a criação continua (<>creatio continua<>).
As evidências que a evolução dá são de um mundo cuja história se faz na contingência, sujeitas às leis naturais. E Deus age <>na<> contingência e, <>nas, com e através<> das leis naturais. É precisamente pelo acaso (pseudónimo de Deus quando não quer assinar) e necessidade (leis naturais) que Deus cria. Logo, a posição evolutiva <>só pode afirmar<> que ela só faz sentido se Deus existisse. Essa posição não deveria trazer Deus para as equações (isso seria idolatria), mas sem Deus, é uma posição que perde o seu sentido.
Quanto à primeira questão, concordo com São Paulo, mas não creio que ele se referisse a uma evidência científica, mas uma evidência da visão Cristã do mundo.
Por último, agradeço muito os teus comentários. Como vês, são muito poucos os que comentam no meu blog …