«O filósofo moderno que procurou compreender a chave do seu sistema metafísico é o Jesuíta Canadiano, Bernard Lonergan. A sua grande obra, Insight, é baseada na análise, centralidade e, em última análise, na apoteose do conhecimento. Para ele, Deus é a raiz da explicação do mundo que reside aberta à exploração racional. Ele escreve: “Se o real é completamente inteligível, Deus existe. Mas o real é completamente inteligível. Portanto, Deus existe” (Insight, é realizações, 2011, p. 613). A intelecção da teologia natural sobre a inteligibilidade não poderia ser colocada de forma mais sucinta ou contundente. Para Lonergan, a busca do intelecto é a busca de Deus, pois, “se alguém é genuíno ao denunciar o obscurantismo e em reclamar o incondicionado [o termo de Lonergan para o que “é”], ou já adora Deus sem o nomear ou não está muito longe de o alcançar. … Deus é o ato irrestrito de compreensão, o arrebatamento eterno repentinamente presente em cada “Eureka” gritado por Arquimedes” (pp. 622-623).
Essa procura pela unidade do conhecimento que inspira o físico a procurar a Grande Teoria Unificada, se perseguida com tenacidade, leva-o, eventualmente, para além da física até à teologia, pois, “apesar do nome imponente, a transcendência é a questão elementar de levantar novas questões” (p. 582). Santo Anselmo deu-nos uma esplêndida definição de teologia como fides quaerens intellectum – fé em busca de compreensão. Lonergan aponta-nos para o outro lado da moeda: Intellectus quaerens fidem – compreensão em busca da fé».

Excerpto de John Polkinghorne, Science and Creation – the search for understanding, Templeton Foundation Press, 2006, pp. 42-43.