Momentos

As Igrejas estão cheias. No outro dia fui à missa num dia normal de semana e parecia ser Domingo. Isso fez-me lembrar o que se ouvia há uma década ou duas sobre como as Igrejas estavam vazias. Não era essa a minha experiência, mas agora definitivamente não é.

Depois, vejo que parte das pessoas que participam regularmente são jovens. É notável como num mundo assolado durante tanto tempo com duras críticas à religião por parte de pessoas como Richard Dawkins, Daniel Dennet e Sam Harris, o efeito emergente é o contrário.

Eu diria que o efeito é… natural.

Igrejas cheias

 

A dimensão espiritual faz parte da nossa vida, assim como a racional. São o modo como experimentamos a realidade. São o modo como a enfrentamos e encontramos sentido e significado. Embora Deus seja quase imperceptível, a experiência que fazemos nos momentos de oração, recolhimento e partilha fraterna são, também esses, momentos de Deus.

Por muitos raciocínios que os materialistas tenham desenvolvido ao longo dos últimos tempos, talvez não passem disso, raciocínios. Exercícios intelectuais que depois pouco ou nada têm a ver com a experiência de vida das pessoas.

A linguagem de amor com que Deus nos fala manifesta-se de muitos modos. Nos pequenos gestos, momentos de entendimento, de paz, também por palavras que nos abrem a experiências transformativas. E Deus não surge como a explicação para esse momentos, mas antes como a origem da sua manifestação.

Cada vez mais faz sentido perguntar – ”o que queres Tu dizer-me hoje? O que queres falar-me agora? Que experiência queres que eu faça de Ti?” – Depois, basta estar atento e aprender a escuta a Sua voz, a compreender o que diz e deixar-me transformar por isso.

Uma vez parecia-me que Deus me pedia uma atenção particular pela minha esposa apesar do stress de tudo o que tinha para fazer. Procurei fazer a experiência de estar com ela como estando diante de Deus nela. E o que podiam ter sido dias difíceis como um roçar de um braço por uma parede rugosa que raspa e faz ferida, resultou numa proximidade maior e demonstração de que a presença de Deus faz mais em nós do que pensamos quando nos pomos a amar.