Será necessário ser um materialista ateu para se ser cientista?

A resposta simples é “claro que não!” No fim de contas, o Marty é um cientista e não é um materialista ateu. Poderíamos apostar que a maior parte dos cientistas, se lhes perguntássemos, não se identificariam com esta filosofia. Bom, é verdade que as sondagens mostram uma percentagem mais elevada de agnósticos e ateus entre os cientistas, que dentro da população não-científica. Mas esta estatística é também verdade para o mundo académico em geral.

A verdadeira questão que nos é dirigida é a seguinte, qual o passo no método científico que requer do cientista a declaração que Deus não existe? Se fores ao capítulo anterior, irás ver que o nosso método nada tem a ver com isto. Nós observámos, colocámos hipóteses, experimentámos, revimos, teorizámos. Tudo isto é feito para ter um modelo do mundo natural que possua poder explicativo e previsivo. Nada nesta metodologia requer qualquer tipo de compromisso religioso, nem pró- ou anti-Deus.

De facto, tudo o que é necessário para se ser cientista é uma curiosidade acerca do mundo natural e uma atracção pelo método científico como forma de compreender o mundo. O cientista, como qualquer pessoa, pode reagir às suas experiências de vida e, como resultado, ter uma determinada posição religiosa e filosófica. Alguns cientistas poderão olhar para os seus modelos da natureza e concluir que não existe Deus. Outros, olhando para os mesmos modelos, ficam espantados pela maravilha e beleza da criação de Deus.