Então, sendo possível percepcionar a intervenção de Deus, para que serve a fé se não é necessária para sentir a presença de Deus?
Será a fé “necessária” para sentir a presença de Deus? Penso que esta questão se refere, sobretudo, a: “para que serve a fé”? A fé do ponto de vista da necessidade e utilidade serve para muito pouco, porque a fé vai para além do “necessitismo” ou utilitarismo, e liga-se mais à liberdade do ser humano (Bento XVI, Spe Salvi, 5) e à sua relação com Deus. Bom, na resposta à questão de fé IV, associei a intervenção não-intervencionista de Deus como algo que parte da interioridade do mundo e não da sua exterioridade, pelo que a fé – a meu ver – se encontra mais num quadro da relação do ser humano com Deus e da acção humana no mundo com base nessa fé, e não tanto no quadro da acção de Deus no mundo.
Caro Miguel, gostei de saber que tens um blog bem interessante, com bons textos. Tenho andado a pensar em juntar textos retirados de vários blogs e que abordem a questão religiosa. Penso reuni-los num volume ao qual dar o nome ‘Deus habita na blogosfera’. Obrigado pelo teu comentário ao texto que publiquei no JN. Tenciono continuar a encorajar um debate sobre a Igreja que queremos ser. Talvez em Setembro organize um colóquio sobre várias questões relacionadas com a vida da Igreja, e que levanto no meu texto. Conto desde já contigo. Pergunto se conheces o blog dererummundi.blogspot.com onde há com frequência acesos debates sobre religião e ciência. Vale a pena passar por lá. Já uma vez ou outra deixei alguns comentários. É provável que nos próximos dias apareça lá um texto meu que me foi pedido por um dos membros da equipa que mantém o blog.