Então, sendo possível percepcionar a intervenção de Deus, para que serve a fé se não é necessária para sentir a presença de Deus?

Será a fé “necessária” para sentir a presença de Deus? Penso que esta questão se refere, sobretudo, a: “para que serve a fé”? A fé do ponto de vista da necessidade e utilidade serve para muito pouco, porque a fé vai para além do “necessitismo” ou utilitarismo, e liga-se mais à liberdade do ser humano (Bento XVI, Spe Salvi, 5) e à sua relação com Deus. Bom, na resposta à questão de fé IV, associei a intervenção não-intervencionista de Deus como algo que parte da interioridade do mundo e não da sua exterioridade, pelo que a fé – a meu ver – se encontra mais num quadro da relação do ser humano com Deus e da acção humana no mundo com base nessa fé, e não tanto no quadro da acção de Deus no mundo.