Embora não possamos confundir ateísmo com humanismo, muitos ateus são – de facto – boas pessoas. Em que sentido? Num artigo recente intitulado “Menos ateísmo, mais humanismo” li que os “Humanistas são geralmente definidos como pessoas não-religiosas que procuram viver de modo ético, preenchendo as suas vidas com base na razão e humanidade. Acreditam que esta vida é a única que têm, confiam no método científico e colocam o bem-estar humano no centro das suas decisões éticas. Dito de forma simples, é ser ‘bom sem Deus'” O quê!?


Eu – pessoa que acredita em Deus – e muitos outros Cristãos: 1) procuro viver de modo ético; 2) preencho a vida com base na razão e humanidade, embora não exclusivamente; 3) acredito que esta é a única vida que temos (neste planeta, pelo menos, ou – digamos – no mundo material) e que se transforma quando morremos; 4) confio no método científico (é a minha profissão!); 5) coloco o bem-estar humano no centro da decisão ética, embora precedido pelo bem-estar da relação entre o ser humano e tudo o quanto com ele interage (ex. o ambiente). Logo, sou Humanista! Mas … “bom com Deus”!

Enquanto o artigo se intitula “Menos ateísmo, mais humanismo”, penso que “ok…”, mas isso nada tem a ver com ser “bom sem Deus”. Eu diria antes que o Humanismo é o lugar comum onde crentes e não-crentes se encontram unidos na distinção das suas convicções. Humanismo… dito de forma simples, é ser “bom”, simplesmente …
Mas quem define o que é bom? Qual o fundamento ético que assegura algo como bom? Qual o ponto de referência para considerar uma decisão como eticamente boa? 
Para os crentes é simples, Deus, para os não-crentes é, digamos … um desafio …