Diversos estudos demonstram como a meditação aumenta a nossa capacidade de relaxar e prestar atenção. Fala-se do controlo da respiração, do relaxamento dos músculos, de experimentar e estar realmente no presente.

O facto das pessoas se concentrarem num determinado aspecto do seu corpo, como a respiração, a posição, o relaxamento dos músculos, etc. é a razão para o aumento e treino da capacidade de concentração.

Uma investigação realizada por um grupo na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) demonstrou também como meditar afecta positivamente a nossa saúde mental e cerebral. Estes investigadores encontraram uma correlação positiva entre meditar e a redução da degradação da matéria cinzenta que compõe o nosso cérebro.

Meditar cérebro

Este aspecto da meditação está relacionado com a neuroplasticidade cerebral e também com os nossos genes. Um estudo de Harvard mostrou que o processo de relaxamento diminuiu a acção dos genes envolvidos na resposta inflamatória e promove a acção dos que aumentam a longevidade. Sim, fazendo meditação aumentamos a probabilidade de viver mais tempo.

Por outro lado ainda, outro estudo mostrou como a prática regular de meditação aumenta a nossa capacidade para sentir o que os outros sentem (empatia) e a de persistir com os nossos empenhos diante da adversidade (resiliência). Meditar é uma forma de tomar “consciência plena” (mindfulness) daquilo que vivemos, mesmo se rodeados do stress, ajudando a estar cientes do que se passa à nossa volta, sem nos alhearmos, mas não demasiado afectados.

Ou seja, existem evidências claras entre a prática da meditação e a saúde mental. Porém, a oração é também uma forma de meditação e também afecta a nossa saúde cerebral.

O Dr. Andrew Newberg do Hospital Thomas Jefferson estuda o efeito da oração no cérebro há mais de 20 anos e verificou inúmeras vezes como a actividade cerebral muda, cuja interacção com o corpo pode levar a um certo efeito de cura. Inclusive, quando realizou alguns testes em freiras Franciscanas observou que as áreas do cérebro relacionadas com o sentido do Eu como que se desligaram. Algo compatível com o nosso voltar totalmente para Deus. Em suma, também do ponto de vista biológico, meditar sob a forma de oração é algo que melhora a nossa saúde mental e aumenta a percepção do que está fora de nós mesmos.

Assim, quando rezamos, fisicamente eliminamos o nosso Eu para estar totalmente abertos ao que Deus nos quer dizer e intuir. Não é, por isso, de admirar que meditar com a oração cuide da nossa saúde espiritual.

Pode haver pessoas que tenham mais dificuldade em se concentrar e controlar os diversos aspectos de uma meditação como a respiração e relaxamento dos músculos, apesar de, com a prática, ser sempre possível. Nesse sentido, a leitura de um texto de Espiritualidade pode ajudar-nos a sair de nós próprios, focar a atenção através das palavras que lemos, mesmo sem pensar muito nelas, mas antes fazer uma experiência espiritual com a sua leitura.

Mediante todos estes indícios do efeito positivo que a meditação tem para a nossa saúde mental e espiritual, não há nada como estimular esta prática. Bastariam 10 a 15 minutos por dia que facilmente podem ser incluídos nas nossas rotinas. Caso contrário, talvez fosse importante repensar o valor que damos às rotinas e começar por as desenvolver.